quinta-feira, 12 de abril de 2012

Leap of faith

Demorei para chegar aqui em cima. Certamente é bem alto. Não é possível sequer enxergar o fundo do vale... apenas vejo o escuro e o vazio...
O vento que sopra não me ajuda a decidir: agora me empurra para longe do penhasco, daqui a pouco me puxa para ele. É bom estar aqui. É confortável, é seguro. Me arrisquei quantas vezes saindo da zona de conforto? Poucas vezes, e acho que tive sorte em vir parar aqui. Confortável e seguro.
Mas não é aqui que quero estar. Definitivamente não é. Eu quero é continuar nesta situação, confortável e seguro. É a situação. Confortável e seguro, deitado nos pelos do coelho.
Mas a situação muda. O vento muda. E eu tenho medo de mudar. Mas melhor mudar por mim do que pela situação. Melhor tomar vantagem, antecipando o salto do que ser empurrado para o penhasco. Melhor não ser pego de surpresa. Melhor escolher, assumir as responsabilidades dos seus atos do que arcar com as consequências das decisões dos outros.
Sempre me arrisquei. A cada escolha que me trouxe para este confortável e seguro. De alguma forma essa mudança é para voltar para algo que eu sempre quis que durasse. Essa mudança é, quem diria, uma permanência. Talvez eu seja bom em mudar e nem tenha percebido.
Não retrocedo, eu recuo um pouco para tomar impulso.
Tenho medo. Mas medo é bom. É sinal que você se importa.
Um cheiro familiar de bolacha, vindo da imensidão incógnita, me convida a pular. Vozes conhecidas me chamam de dentro do desconhecido amanhã.
Recuo um pouco para tomar impulso.
Corro para o meu "leap of faith". Salto. Abraço meu incerto futuro. Ele tem cheiro de bolacha de maisena.
...
...
...
...
Então nos encontramos de novo, cidade com céu de bolacha!