O velho balança em sua cadeira na varanda, com sua espingarda encostada sobre o ombro. Ela não atira, nunca atirou, foi feita só para assustar. Assim como a carranca do velhote. A carranca, o mau humor, os palavrões, a falta de paciência foi só uma roupa que ele colocou e esqueceu de tirar, virou pele.
Balançando na varanda, observando o movimento do passado, assiste ao filme amarelado e nebuloso da lembrança. De vez em quando sorri. Um sorriso que lhe racha os lábios, já ressecados pela constante face sisuda, quase sangra. O sorriso às vezes é de nostalgia, algumas vezes de vergonha pelas ações bobas e infantis que já fizera. Sim, o velho já foi criança. Ah, sim, faz tempo. Foi criança quando se costuma ser. Mas foi criança também quando jovem... em seus vinte e poucos anos... e quando pondera, tem a impressão de que criança sempre foi: mimado, covarde, dependente... assim como toda boa criança.
Sente vergonha por ter sido criança durante tanto tempo. Sorri novamente, aquele sorriso que os desesperados têm diante da derradeira hora, pois se lembra do porquê da roupa que se esqueceu de tirar: foi para tentar não parecer criança, quis parecer velho. E velho ele é agora. Mas ainda tem o medo que as crianças têm.
E o velho continua a balançar em sua cadeira na varanda, com sua espingarda encostada sobre o ombro. E lembra de uma brincadeira, uma piada sobre o velho: "Saia da minha propriedade!". E quase sorri de felicidade, mas ela foge... porque essa brincadeira só o faz lembrar da criança que ele é.
E a criança continua a balançar em sua cadeira na varanda, com sua espingarda de brinquedo sobre o ombro. E já não sabe se é um velho infantil, ou uma criança senil. Mas repete a brincadeira, com a alegria sádica do penitente que se martiriza: "Saia da minha propriedade!". E confuso, não sabe se sorri, ou chora pela saudade do não vivido.
E o velho continua a balançar. Mal percebe a figura desengonçada que toma espaço na varanda: uma grande ave, esguia, de pouca plumagem, em cores vivas. De susto, deixa cair a espingarda. A estranha ave murmura: "Saia da minha propriedade". E confuso, tem a impressão de que ela sorriu. "A ave sorriu", pensa em voz alta... e um sorriso lhe racha os lábios mais uma vez...
...
...
...
E??????
Que porra é essa? O que diabos isso tem a ver? Ok, nonsense.
Balançando na varanda, observando o movimento do passado, assiste ao filme amarelado e nebuloso da lembrança. De vez em quando sorri. Um sorriso que lhe racha os lábios, já ressecados pela constante face sisuda, quase sangra. O sorriso às vezes é de nostalgia, algumas vezes de vergonha pelas ações bobas e infantis que já fizera. Sim, o velho já foi criança. Ah, sim, faz tempo. Foi criança quando se costuma ser. Mas foi criança também quando jovem... em seus vinte e poucos anos... e quando pondera, tem a impressão de que criança sempre foi: mimado, covarde, dependente... assim como toda boa criança.
Sente vergonha por ter sido criança durante tanto tempo. Sorri novamente, aquele sorriso que os desesperados têm diante da derradeira hora, pois se lembra do porquê da roupa que se esqueceu de tirar: foi para tentar não parecer criança, quis parecer velho. E velho ele é agora. Mas ainda tem o medo que as crianças têm.
E o velho continua a balançar em sua cadeira na varanda, com sua espingarda encostada sobre o ombro. E lembra de uma brincadeira, uma piada sobre o velho: "Saia da minha propriedade!". E quase sorri de felicidade, mas ela foge... porque essa brincadeira só o faz lembrar da criança que ele é.
E a criança continua a balançar em sua cadeira na varanda, com sua espingarda de brinquedo sobre o ombro. E já não sabe se é um velho infantil, ou uma criança senil. Mas repete a brincadeira, com a alegria sádica do penitente que se martiriza: "Saia da minha propriedade!". E confuso, não sabe se sorri, ou chora pela saudade do não vivido.
E o velho continua a balançar. Mal percebe a figura desengonçada que toma espaço na varanda: uma grande ave, esguia, de pouca plumagem, em cores vivas. De susto, deixa cair a espingarda. A estranha ave murmura: "Saia da minha propriedade". E confuso, tem a impressão de que ela sorriu. "A ave sorriu", pensa em voz alta... e um sorriso lhe racha os lábios mais uma vez...
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E??????
Que porra é essa? O que diabos isso tem a ver? Ok, nonsense.
2 comentários:
nonsense?!Are you sure?
Certeza, certeza mesmo, só se fosse personal ^^
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