O barulho das chaves e das moedas tilintando em seu bolso, o som que vazava dos fones, os passos nervosos, rápidos, pesados, esse era o som que o acompanhava. De resto, caminhava em silêncio.
"Parece estar em outro mundo", diziam. De fato, estava em outro mundo. Ignorava o mundo à sua volta, mergulhado na indolência e arrogância características da sua personalidade. O mundo era só ele e o caminho.
O caminho, uma avenida pouco iluminada com pessoas que se movimentavam parecendo recortes de jornais, ignoradas em sua história, coadjuvantes que não ganhariam um especial de natal na programação de final de ano. Afinal de contas, ao menos para ele, nenhum deles era carismático o suficiente para tal evento.
O vento, assim como os transeuntes, iam contra ele, só ele ia em direção ao seu destino, ninguém, nenhuma folha, nenhuma brisa o acompanharia, apenas ele, suas moedas e suas chaves.
Um esbarrão, um incidente, o força a romper o silêncio, a balbuciar um "desculpa". A moça o olha com cara de ódio. Sua cara fechada e o esbarrão, haviam ofendido ela, aparentemente.
Tentou ignorar e continuar seu caminho. Mas um vazio terrível, um remorso infantil mordiscou sua nuca. Parado, sentiu o vento lambendo seu rosto, dançando em sua volta e gozando dele, sentiu os olhares dos passageiros insólitos queimando suas costas... enfim entendeu: não ignorava o mundo. E a verdade recíproca que surgia da conclusão o incomodava ainda mais: o mundo não o ignorava.
Fez sentido o fato de pensar que nunca estamos sozinhos, de que nunca erramos ou acertamos sozinhos, de que nunca somos ignorados como queremos ou como achamos. A responsabilidade por tudo, pesou em seus ombros, e seus passos se afundaram no chão de concreto irregular. Sentiu vergonha, pensou em voltar, em se retratar, talvez se humilhar para provar seu arrependimento. Mas o vento mudou de direção e o empurrou em diante, a caminho do seu caminho.
As chaves e as moedas tilintavam em seu bolso, como a responsabilidade por tudo. E esse barulho nunca o deixaria esquecer.
"Parece estar em outro mundo", diziam. De fato, estava em outro mundo. Ignorava o mundo à sua volta, mergulhado na indolência e arrogância características da sua personalidade. O mundo era só ele e o caminho.
O caminho, uma avenida pouco iluminada com pessoas que se movimentavam parecendo recortes de jornais, ignoradas em sua história, coadjuvantes que não ganhariam um especial de natal na programação de final de ano. Afinal de contas, ao menos para ele, nenhum deles era carismático o suficiente para tal evento.
O vento, assim como os transeuntes, iam contra ele, só ele ia em direção ao seu destino, ninguém, nenhuma folha, nenhuma brisa o acompanharia, apenas ele, suas moedas e suas chaves.
Um esbarrão, um incidente, o força a romper o silêncio, a balbuciar um "desculpa". A moça o olha com cara de ódio. Sua cara fechada e o esbarrão, haviam ofendido ela, aparentemente.
Tentou ignorar e continuar seu caminho. Mas um vazio terrível, um remorso infantil mordiscou sua nuca. Parado, sentiu o vento lambendo seu rosto, dançando em sua volta e gozando dele, sentiu os olhares dos passageiros insólitos queimando suas costas... enfim entendeu: não ignorava o mundo. E a verdade recíproca que surgia da conclusão o incomodava ainda mais: o mundo não o ignorava.
Fez sentido o fato de pensar que nunca estamos sozinhos, de que nunca erramos ou acertamos sozinhos, de que nunca somos ignorados como queremos ou como achamos. A responsabilidade por tudo, pesou em seus ombros, e seus passos se afundaram no chão de concreto irregular. Sentiu vergonha, pensou em voltar, em se retratar, talvez se humilhar para provar seu arrependimento. Mas o vento mudou de direção e o empurrou em diante, a caminho do seu caminho.
As chaves e as moedas tilintavam em seu bolso, como a responsabilidade por tudo. E esse barulho nunca o deixaria esquecer.
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